Setor de alimentação fora do lar criou mais de 70 mil novos postos de trabalho em 2024 e número deve crescer até o final do ano. Setor liderou a abertura de novas empresas no primeiro semestre
O setor de bares e restaurantes foi responsável pela criação de mais de 70 mil empregos com carteira assinada em 2024, conforme dados do CAGED. Apenas em setembro, foram mais de 10 mil novos postos de trabalho, destacando a importância do setor como importante fonte de empregos e porta de entrada para o mercado de trabalho.
Uma pesquisa recente realizada pela Abrasel revela que 40% dos empresários do setor pretendem contratar mais funcionários nos próximos meses.
A expectativa de alta nas festas de fim de ano e no verão, que tradicionalmente movimentam o setor, é um dos fatores que impulsionam o interesse por novas contratações. Esse cenário confirma o papel do setor como um importante gerador de emprego formal no Brasil.
Além disso, bares e restaurantes seguem sendo uma importante porta de entrada para jovens no mercado de trabalho. Dos 10.530 novos postos criados em setembro, quase metade (5.139) foi ocupada por jovens entre 18 e 24 anos, o que reforça a relevância do setor para profissionais em início de carreira.
A oportunidade de experiência formal no setor permite que esses trabalhadores desenvolvam habilidades essenciais, abrindo caminhos para o desenvolvimento profissional.
“O aumento da renda média dos brasileiros e o desemprego em níveis historicamente baixos formam um cenário favorável para o crescimento do setor. Contudo, estamos enfrentando desafios como as apostas online que estão desviando a renda dos brasileiros e afetando diretamente a produtividade dos funcionários", comenta Paulo Solmucci, presidente executivo da Abrasel.
"Segundo a pesquisa mais recente da Abrasel, 60% dos empresários perceberam uma diminuição nas vendas desde que as bets foram liberadas no Brasil, e 86% relacionam essa queda aos hábitos de apostas online”, conclui Paulo Solmucci, presidente executivo da Abrasel.
A modalidade de trabalho intermitente também tem sido um recurso estratégico para os empresários do setor. Essa forma de contratação permite que as empresas ajustem o quadro de funcionários de acordo com o fluxo de demanda, especialmente em períodos de maior movimento.
Abertura de novos estabelecimentos muda configuração do setor
Um levantamento da Abrasel, com base em dados da Receita Federal, mostra que, em 2024, o mercado de alimentação fora do lar vem passando por uma grande mudança. Em setembro de 2023, a proporção de MEIs no setor era de 64,5%, mas caiu para 47,7% em setembro de 2024.
Esse crescimento das empresas não-MEIs, que aumentaram em 22%, indica que as empresas têm conseguido aumentar o faturamento, o quadro de empregados e a quantidade de impostos pagos.
Com isso, a proporção de empresas não-MEIs no setor de alimentação fora do lar voltou aos níveis pré-pandemia, refletindo uma maior robustez do mercado. No total, o setor conta hoje com 1.322.915 empresas, das quais 631.541 são MEIs e 691.374 não-MeIs.
Segundo uma pesquisa da Serasa Experian, mais de 2 milhões de empresas foram criadas no primeiro semestre de 2024. Nesse período, o setor de alimentação fora do lar liderou a criação de novos negócios, representando 6,6% do total.
Em 2024, foram criados mais de 59 mil postos de trabalho com carteira assinada no setor, uma absorção de mão de obra que antes estava dedicada ao trabalho como MEIs.
“O crescimento de empresas de maior porte reflete um momento de amadurecimento do setor. Muitas empresas que começaram como MEIs conseguiram aumentar seu faturamento, contratar mais funcionários e se formalizar de maneira mais robusta. Hoje, as empresas estão mais estruturadas e preparadas para enfrentar os desafios do mercado”, comenta Paulo Solmucci, presidente da Abrasel.